8 de fevereiro de 2010

Alguns números da nova classe média

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Conclusões do estudo coordenado pelos cientistas políticos Amaury de Souza e Bolívar Lamounier e patrocinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com dados do IBGE e de uma pesquisa exclusiva do Ibope com 2 mil pessoas em 5 cidades:
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Segundo o estudo, a nova classe média brasileira representa hoje entre 30% e 50% da população, com renda entre R$ 1.115 e R$ 4.807 mensais;
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O processo de enriquecimento desse segmento não é exclusivo do Brasil, ocorre em muitos outros países emergentes, como México e China, por exemplo. A estimativa é que haja no mundo 400 milhões de pessoas na chamada "classe média global". Calcula-se que em 20 anos o número poderá saltar para 2 bilhões;
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93% afirmaram que "ter um padrão de vida estável" era o que definia pertencer à classe média; a segunda condição era "ter casa própria". O porcentual de famílias que têm casa própria na classe C já é bem próximo ao das classes A/B. Enquanto na primeira é de 79%; entre os mais ricos é de 83%;
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92% dos entrevistados de classe A/B tem carro, mas a proporção cai para 55% na classe C. Dos que não tem imóveis, mais da metade, 56%, tem a intenção de adquirir a casa própria nos próximos 12 meses. Também mais da metade pretende comprar eletrodomésticos (53%) e móveis (51%);
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A pesquisa mostra claramente que, no caso de vários bens duráveis, a classe C já está colada na A/B. Na realidade, no caso dos televisores, a penetração é próxima de 100% em todas as classes. Já bens como geladeira, rádio, aparelho de DVD e lavadora estão presentes de forma semelhante nos dois estratos sociais;
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34% dos entrevistados da nova classe média disseram que precisaram se endividar para cobrir gastos nos últimos 12 meses; entre a classe média baixa vai para 35%. Entre os de maior renda, o número cai para 21%. Tiveram dificuldade de pagar compras a crédito 46% do grupo pertencente à classe C. Na classe D, o valor foi de 50%; e na A/B, de 19%;
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Amaury de Souza lembra que ainda falta bastante para que essa nova classe média se estabeleça de forma mais sólida. Isso porque, apesar do aumento da renda, a instabilidade ainda é muito grande; muitos empregos não são fixos, gerando oscilação nos ganhos;
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"Estamos preocupados com a sustentabilidade desse processo. Queremos saber até onde essa classe média tem condições de garantir o consumo", afirma o diretor executivo da CNI, José Augusto Fernandes, que coordenou o projeto.
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Atualmente, apenas 40% da classe C têm plano de saúde, 30% tem filhos em escola privada; 32% fazem poupança e 12% têm previdência privada. Eles preferem ter o próprio negócio do que um trabalho com registro, diferentemente do que ocorre nos grupos de maior renda;
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Não obstante esse modelo empreendedor, são fortemente estatistas: 88% defendem que esteja na mão do governo a aposentadoria; também 88% acham que é tarefa do Estado cuidar da saúde; 87%, da educação fundamental; e 77%, do abastecimento de água.
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